ANALISANDO BRASIL x ALEMANHA OU O 7 x 1

Consideramos que o momento nos pede (pelo menos, deveria) algumas rápidas reflexões...

A seleção brasileira não deixa de ser, de certo modo, um espelho da sociedade brasileira... É um espelho de nossa politica, dos nossos movimentos sociais... Enfim, de cada um de nós em particular!!! Ou, em outras palavras: Do Brasil como país, como povo...

Ao observamos os jogadores e técnicos (a grande maioria, se não todos, oriundos de uma vida difícil e áspera - vocês entenderam, não?!)), podemos ver nos mesmos as marcas de um tipologia depressiva e "tímida" (no sentido de baixa estima). E, realmente, é verdade, o nosso país é constituído de um povo DEPRESSIVO e com uma ESTIMA SUPERBAIXA, *tanto que todos, sem exceção, valorizam tudo que é estrangeirismo e não damos muito valor à pátria, à nação, à nossa cultura (se é que a temos) e etc, e, olha, que nem precisamos ter olhos de ver para podermos constatar esta realidade não. Talvez, por isto mesmo, cultuamos a cultura do "jeitinho"... Que, no fundo, são as marcas de um povo vendido, ou seja, "vendido" no sentido de que encontrar garras para lutar é bem mais difícil e complexo do que tentar dar um "jeitinho" nas coisas...

Daí, podermos observar o império dos QIs: Quem Indica, nos mais variados setores da sociedade... São duras palavras, nós sabemos, mas não podemos fugir da realidade, da verdade. Portanto, enquanto não assumirmos as responsabilidades por nossas falhas, iremos ser "batidos" vergonhosa e eloquentemente... tanto dentro, quanto fora dos campos. Já o dissemos:  A arena futebolística é um reflexo do palco de vida de cada um de nós. 

E esse nosso famoso jeitinho, dá, igualmente, margens para os espertalhões irem levando os falsos loiros da vitória. Falsos, porque, além de momentâneos e passageiros, tais posturas, igualmente, trazem muita dor e lágrimas aos seus comensais... São os famosos ranger de dentes, para os quais o Mestre dos mestres já nos chamava a atenção. Porém, sem atentarmos a tais sábios conselhos, a maioria de nós outros ficamos de tocaia, apenas esperando o momento certo para abocanharmos a nossa parcela de vantagem individual e própria!

Por isto mesmo,

TODA PREPOTÊNCIA SERÁ ESMAGADA...

Mais cedo ou mais tarde! Simples questão de tempo! Seja nesta ou em uma outra vida qualquer.

Então! Diante do quadro exposto, vemo-nos cultuando e fomentando uma sociedade que não valoriza a disciplina. Hoje, pode-se tudo, escudados na desculpa absurda do "não criar traumas" em nossas crianças... Enquanto isto e por isto mesmo, cada vez mais, a violência está fazendo acampamentos nas esquinas e ruas de nossas cidades, ousando destemidamente adentrar em  nossos lares sem pedir licença, pois foram nós mesmos que lhes abrimos a porta e fizemos os convites. Portanto, vermos a violência nos estádios de futebol não é nenhuma novidade...

A VIDA EXTERNA É UM REFLEXO DE NOSSA VIDA ÍNTIMA!

Entretanto, na outra margem, olhando a seleção alemã, podemos constatar o contrário de tudo isto: A cultura e a valorização da disciplina... do trabalho em grupo... do foco em um objetivo comum... sem ansiedades... sem desesperos, desde o início da partida... Enquanto eles sabem o exato valor do suor, das lágrimas e do respeito (afinal, dizem alguns: Eles viveram duas grandes guerras)... nós outros, achamos que tudo vai se resolver por si só. É a velha  atitude: Ah, tem problema não, no final a gente dá um jeitinho! Vamos levando que dá!

E não deu! E não dá!

TAL ATITUDE É UMA FALÁCIA, UMA ENGANAÇÃO!!!

Deste modo, enquanto os alemães valorizam a equipe, por consequência, as jogadas em equipe e compreendem que o todo depende de cada uma de suas partes e que a vitória de um somente será possível com a conquista de todos; no Brasil, como nação e como seleção, impera o cada um querer brilhar mais do que outro. Desde que eu leve vantagem, o resto que se dane! (Sinceramente não conseguimos entender como podemos requer que Deus seja brasileiro promovendo tais conceituações.) Dentro desta ótica, sob falsos fingimentos e aparentando uma humildade inexistente, isto é, apenas aparente, observamos o imperialismo daquilo que podemos muito bem designar como: "Estrelismo".

Além desta faceta, apresentando um outro lado da moeda, temos de convir: Um jogador, por mais fera e bom que realmente seja, jamais irá ganhar partida alguma sozinho. Não no futebol. E na Vida não é muito diferente não! Dentro desta perspectiva, do lado brasileiro, cada um quer aparecer. E, para tanto, terá de chegar sozinho até a porta do gol, fazendo dribles e mais dribles. Diferentemente do lado alemão, onde pudemos observar uma equipe chegando ao gol: passe para um, passe para outro e raramente os vi fazendo dribles. E muitíssimo interessante observar

COMO O POVO BRASILEIRO ADORA VER OS JOGADORES DRIBLANDO, PEDALANDO... MAS NÃO ACHAM MUITO GRAÇA QUANDO O JOGO É CONSTITUÍDO E ESTRUTURADO EM CIMA DE PASSES...

Por que será? Qual o motivo para isto? Seria porque é bonito ver as "pedalas"?... Será isto a verdadeira razão?!!!

Pois é, demonstrando o lado depressivo e de baixa estima que permeia todos nós, será suficiente relembrarmos o comportamento apresentado por David Luiz, quando a "Alemanha" estava para fazer mais um gol: Botar a mão na cabeça e entrar em desespero, em vez de estar chegando junto... numa tentativa de se fazer alguma coisa, mesmo que não dê. Seja como for, o gesto demonstra o quanto estavam despreparados para a situação... E, por outro lado, também já diz tudo por si mesmo.

OUTRO LADO, IGUALMENTE, COMPARTILHADO POR NÓS...

Observamos nas diversas mídias, e não vimos ninguém assumindo a sua cota de responsabilidade que, nos finalmente, caberia e cabe a cada um de nós. Aliás, nós outros, ficamos assustados quando vimos o Felipão, no primeiro momento, assumindo sua parcela de responsabilidade. Talvez, ele agiu assim por não ter tido outra saída... ou o que dizer. Porém, não vimos postura similar nas entrevistas e depoimentos de vários jogadores. Não os vimos dizendo: Jogamos mal! Não trabalhamos como uma equipe. Ficamos perdidos no jogo... Apesar de todo treinamento técnico recebido, não soubemos o que fazer...

Pois é, esse comportamento de tentar achar uma justificativa, uma desculpa... está entranhado na vida de toda a nação. Tanto é assim que observamos um presidente falar que não sabia e para nós está tudo certo! É normalíssimo e aí daqueles que ousam dizer o contrário. Mas, convenhamos, questioná-lo seria também questionar a nós mesmos... E aí?... Não vai dar, né?! Então, é melhor sermos também omissos e coniventes.

Podemos constatar esta realidade, igualmente, quando não assumimos as responsabilidades pelos governantes que nós mesmos elegemos. Jogamos a culpa nos outros, seja em pessoas ou em circunstâncias alheias. Entretanto, quem os elegeram foram nós. E, por sua vez, eles saíram de nosso meio. São filhos e crias da nação tanto quanto nós mesmos o somos!

Bem, ao não assumirmos a nossa fração de responsabilidade não há como mudar, não há como encontrar uma saída ou uma solução para o processo, seja ele qual for.

No final das contas, agimos tal qual o Felipão, que não gosta de ser questionado, que não gosta de ter suas falhas apontadas... Portanto, em vez de assumirmos e procurarmos acertar da próxima vez, é mais fácil enrolarmos e  dizer que estamos melhorando... Ou seja, empurramos com a barriga, como se diz vulgarmente. E foi assim que pudemos ver uma seleção voltar ao campo, no segundo tempo, não muito diferente de quando entrou, aliás, demonstrando no rosto o olhar patente dos quadros depressivos que assola a nação brasileira, em maior ou menor intensidade.

Enquanto isto, tais quais os jogadores, continuamos martelando que não sabemos o que se passou, o que aconteceu... E, como desabafo, partimos para a galhofa, a zoação, numa tentativa de remendar o nosso emocional e aplacar as dores... Mas isto é remédio passageiro e ilusório... E a próxima derrota poderá ser pior do que a anterior, pois, uma vez que não assumimos, não tem como trabalharmos os erros e buscarmos os acertos!

Ao olhar a seleção alemã, vejo-a numa postura de comiseração e misericórdia para com o país, ali representado na seleção brasileira. Não quiseram enfiar 15 gols, pois seria destroçar, num rompante histórico inigualável e inimaginável, de toda uma história de jogadores, de conquistas, de um povo... Agindo nas linhas de uma postura de dignidade, jogaram com tranquilidade, arrefeceram... Se fizeram mais 2 gols foi porque não tinha como não fazer. Se tivessem abstidos de fazê-los, a derrota seria mais vergonhosa ainda. Pois, teria ficado patente a ajuda prestada... o ato de comiseração ficaria por demais evidente! Então, até mesmo numa postura de respeito, não poderiam deixar de fazê-los.

E nós de cá, ficamos pensando: Como seria, se as posições fossem invertidas? Qual teria sido a postura e a conduta da seleção brasileira? Teríamos o mesmo gesto de compaixão? Teríamos reconhecido o valor histórico do oponente?

Não sei não....

QUEM DETÉM BAIXA ESTIMA É UM PERIGO QUANDO ACHA OU, DE FATO, SE ENCONTRA NUMA POSIÇÃO SUPERIOR...

Deste modo, estamos vendo as pessoas falando mil e uma coisas, mas, para ser honesto, não vemos quase ninguém parando para trazer uma analise de toda esta conjuntura para a própria intimidade e, passar a ver, a partir daí, as posturas, comportamentos e atitudes similares que cada um de nós guardamos ante a Vida, ante o nosso próximo (seja no trabalho, nas ruas, nas esquinas, em nossos lares e etc) e, as quais, temos em similar com todo corpo de jogadores, técnicos etc da seleção brasileira...

Se lançamos nas redes sociais letreiros do tipo: "Aproveita Neymar", mostrando fotografias do mesmo se esbaldando em iates e carrões de luxo... e etc e tal, são mais movimentos de nossas dificuldades íntimas, movimentos nos quais gostaríamos de aparecer tanto quanto ele mesmo, mas já que não podemos... E, assim, partimos para desdenhar.... Porém, ficamos de cá, permanecendo esquecidos do alto preço que tais injunções trazem aos seus comensais.

Para finalizarmos, esperamos, sinceramente, que as lições desta copa não fique apenas na galhofa da maioria, mas que ela sirva, para que cada cidadão brasileiro, repense suas atitudes, comportamentos e posturas.

E ai, quem sabe, ela se torne

UMA LIÇÃO ÚTIL PARA CONSTRUIRMOS UM PAÍS MELHOR E NOS TORNARMOS MELHORES CIDADÃO, PESSOAS MELHORES...